Por que algumas músicas fazem nosso coração inchar e outras nos dão borboletas

Onde em nosso corpo sentimos a sensação física de ouvir música parece depender de quão surpreendentes são os acordes da peça

Imagem padrão do novo cientista
A música pode incitar emoções como alegria, tristeza e raiva

Tim Robberts/Getty Images

Cientistas encontraram padrões de música que fazem nosso coração bater mais rápido ou nos fazem sentir que nosso estômago está dando cambalhotas.

Quando as sequências de acordes – três ou mais notas musicais tocadas ao mesmo tempo – tomam um rumo diferente do que estamos esperando, parece desencadear uma forte sensação ao redor do coração, enquanto aquelas que seguem um padrão fácil de antecipar sentem como se nos atingissem no intestino.

"A música tem esse poder único de mexer com emoções que estão além das palavras", diz Tatsuya Daikoku na Universidade de Tóquio, no Japão. "Não é apenas uma experiência auditiva, é física. Quando a música toca, às vezes nosso corpo treme ou sentimos um calor ao redor do nosso coração – emoções que são difíceis de articular."

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Pesquisadores já mostraram que a música pode evocar fortes reações emocionais, mas Daikoku – pianista e compositor – e seus colegas queriam saber onde as pessoas sentem essas emoções em seus corpos. Para descobrir isso, eles primeiro usaram software analítico e estatístico para decompor 890 músicas da parada Billboard Hot 100 dos EUA.

O software julgou as sequências de acordes a acordes das músicas como sendo diferentes variações de níveis altos ou baixos de surpresa e incerteza. Por exemplo, algumas sequências consistiam em um acorde de baixa surpresa, baixa incerteza seguido por outro acorde de baixa surpresa, baixa incerteza, enquanto outras eram um acorde de baixa surpresa, baixa incerteza seguido por um acorde de baixa incerteza, mas alta surpresa.

A partir disso, os pesquisadores criaram 92 segmentos musicais de sequências de quatro acordes, cada um representando uma das oito possíveis combinações diferentes de surpresa e incerteza. Eles então pediram a 527 voluntários que ouvissem diferentes conjuntos de todos esses oito padrões de acordes, enquanto olhavam para uma silhueta online do corpo humano.

Os ouvintes foram instruídos a clicar nos locais do corpo onde sentiram uma reação física dentro de 10 segundos após ouvir a música. Depois, eles responderam a uma pesquisa online sobre as emoções que sentiram ao ouvir os acordes.

Os pesquisadores descobriram que, quando os três primeiros acordes seguiam um padrão facilmente previsível, as principais diferenças nas sensações corporais tinham muito a ver com o que acontecia no quarto acorde. Se esse quarto acorde seguisse o padrão esperado, as pessoas o sentiam em seu abdômen, mas se ele se desviasse do padrão esperado, eles o sentiam ao redor de seu coração.

Em relação às emoções, os participantes relataram maiores sentimentos de calma, alívio, satisfação, nostalgia e empatia quando as progressões de acordes seguiram um padrão previsível. Quando os três primeiros acordes eram previsíveis e o quarto não era surpreendente, mesmo que fosse relativamente difícil de prever, eles geralmente sentiam sentimentos reduzidos de estranheza ou ansiedade, em comparação com os outros arranjos de acordes.

As descobertas "lançam luz sobre como a música não toca apenas nossos ouvidos, mas também nossos corpos e corações", diz Daikoku. "A música tem o poder de provocar essas fortes emoções incorporadas, guiando-nos a entender nossa paisagem emocional interior de maneiras que as palavras não conseguem." Tal entendimento poderia um dia levar a saúde mental intervenções, diz.
Gustavo José
Gustavo José Fascinado pelo mundo do terror e do suspense, sou o fundador do blog Terror Total, onde trago histórias envolventes e arrepiantes para os leitores ávidos por emoções fortes.

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*Traduzido de site parceiro